top of page
marianna-smiley-L9nAJOcWFLw-unsplash.jpg

“Andar com fé eu vou,
que a fé não costuma falhar.”

Âncora 1

A música de Gilberto Gil fala dessa fé brasileira, que não se prende aos dogmas religiosos, está na mulher, na cobra-coral, num pedaço de pão, na luz, na escuridão:

“Mesmo a quem não tem fé
A fé costuma acompanhar
Pelo sim, pelo não.

Estamos falando aqui de uma qualidade que transcende a fé religiosa, mas que a inclui. Uma força que nos faz seguir adiante com o sentimento de esperança na vida, em nós mesmos, nas outras pessoas, no país, apesar de tudo. 

 

A fé é uma virtude otimista, que anseia o melhor: a prosperidade improvável, a recuperação da saúde, a vitória no futebol ou no jogo de loteria. O brasileiro procura por ela nas suas comunidades religiosas, mas também, pelo sim, pelo não, em outras tradições, que ele sincretiza como necessário. A fé inspira a criação e perpetuação de vários brinquedos, folguedos e festas das culturas populares, que celebram santos, colheitas, estações, histórias.

 

Fé não é o oposto de ciência – longe disso. Precisa ter fé para investir tempo e recursos em juntar conhecimento, em produzir saber, em construir o amanhã – fé em si próprio, fé nos outros, de quem os resultados de seus atos dependem, fé no futuro, fé no país. Precisa fé para construir uma maravilha como o acelerador de partículas Sirius, um dos maiores e mais sofisticados laboratórios científicos do mundo, do tamanho de um estádio de futebol, recém inaugurado com altíssima tecnologia toda brasileira em Campinas para enxergar as profundezas das moléculas e decifrar os segredos da matéria.

 

Apesar do Sirius, a ciência brasileira está em crise, subfinanciada e abandonada. Segue desbravando fronteiras, no entanto, nos passos de pesquisadores como o neurocientista Sidarta Ribeiro, que trocou um laboratório de ponta nos Estados Unidos pelo sonho de criar um instituto do cérebro numa universidade pública no Rio Grande do Norte. Sidarta estuda sonhos – e se dedica a reverter nossa atual perda coletiva da capacidade de sonhar – um pré-requisito para quem quer ter esperança de um futuro melhor.

 

O Brasil se notabilizou por ser uma nação que olha para o futuro com positividade – “o país do futuro”, costumava-se dizer, em tempos de mais fé.

Muita gente ao redor do mundo também sempre teve muita fé no Brasil. Gilberto Gil, ele de novo, fala disso de maneira enfática nesta canção:

 

O que Walt Withman viu

Maiakovski viu

Outros viram também

Que a humanidade vem

Renascer no Brasil!

 

Nossos sonhos – as expressões mais diretas da alma – merecem ser grandes, e sonhados em voz alta. Como perguntou Gil, por que é que não pode ser aqui o berço de uma nova civilização? 

Outras referências sobre Fé

A canção “Tocando em frente”, de Almir Sater, é um dos símbolos da esperança que habita em nós. Não apenas pela beleza da melodia e da letra, mas também pela história de como ela foi “recebida” de presente pelos autores. Confira um video no site contando esta história.

O filme “Híbridos”, de Priscilla Telmon e Vincent Moon, faz um retrato desta fé tão brasileira. Confira o teaser do filme:

VIRTUDES
FLEXIBILIDADE
bottom of page